“Para os israelenses da embaixada fica a dúvida: Possuem vergonha de tirar fotos com uma lagosta, mas não têm de tirar fotos com um presidente que afirma que o holocausto é perdoável”

Antes de começar o texto, acredito ser mais do que justo apresentar o contexto:

Antes da final da Copa América entre Brasil e Peru, o presidente Bolsonaro e o embaixador de Israel almoçaram juntos em Brasília. Ambos iriam acompanhar a partida após a refeição, a qual teve como prato principal duas lagostas.

Até aí algo inocente, longe dos noticiários, de fato um evento não noticioso se não fosse um gritante ponto…

Um prato de comida foi censurado. Bolsonaro e o embaixador de Israel almoçaram lagosta, comida considerada impura pela lei judaica. Daí a embaixada resolveu RABISCAR o prato na foto oficial. Só faltou a sobremesa ser bolo de laranja.

Pergunto-me, em tom de preocupação, se nem a lagosta escapou, o que pode e poderá acontecer com notícias, dados e informações negativas do governo federal?

Em país com uma escalada de autoritarismo diária, com um ministro da Justiça que, aparentemente, busca transformar a PF em uma Gestapo, o que mais nos é reservado?

O presidente já mostrou sua pré-disposição para censura prévia, quando disse que gostaria de inspecionar o Enem, e no episódio envolvendo o a propaganda do Banco do Brasil. Além disso, o governo também já omitiu informações sobre a reforma da previdência. Então, qual o próximo passo?

Para os israelenses da embaixada fica a dúvida: Possuem vergonha de tirar fotos com uma lagosta, mas não têm de tirar fotos com um presidente que afirma que o holocausto é perdoável; tira fotos com pessoas fantasiadas de nazistas e que não fez qualquer declaração sobre a homenagem do Exército brasileiro para um oficial nazista, que lutou e foi condecorado pelas forças do eixo no auge da segunda guerra mundial.

O embaixador precisa (com urgência) rever seus conceitos de vergonha.

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