O Deputado estadual Dr Yglesio usou sua conta no Twitter para desqualificar a fala de uma mulher com deficiência, que publicou opinião contrária à proposta de criação de um estatuto estadual das pessoas com deficiência no Maranhão, ideia apresentado por ele.
O parlamentar chamou a militante de arrogante, questionando o poder de fala e autonomia da mesma, insinuando que ela estaria sendo usada por seu chefe, a quem ele considera como desafeto declarado.
As declarações do parlamentar causaram revolta entre o Movimento de Mulheres em nível estadual e nacional, por considerarem a fala machista. Ao afirmar que a advogada Isabelle Passinho estaria sendo usada, o deputado desrespeita o local de fala da ativista, que possui longos anos de história de luta e é uma referência junto aos Movimentos sociais que atuam pelos direitos humanos.
Em nota assinada por diversas lideranças e entidades de luta em prol dos direitos das mulheres, o movimento repudia a fala do parlamentar, condenando a afirmação de que a Advogada estaria sendo usada para “criar fato político”, para seu chefe.
A nota afirma ainda que “A famigerada fala do Deputado piora quando ele insinua que Isabelle estaria sendo usada por seu chefe para ataca-lo, dando a entender que uma mulher com deficiência não tem condições de falar por si mesma, de expor suas opiniões com firmeza. É o machismo estrutural dando as caras, desqualificando a fala feminina, diminuindo sua relevância, mesmo quando a opinião parte de uma mulher que é uma autoridade na área que defende.
A insistência em desfocar o debate que gira em torno de um projeto de lei não bem aceito pelo segmento das pessoas com deficiência para uma situação de “briga de desafeto político declarado” aponta a clara fragilidade da discussão democrática levantada pelo parlamentar, que deixou de observar que a interlocutora tem legítimo local de fala e propriedade para discutir acerca de um tema que lhe é próprio, tanto por ser uma mulher com deficiência que dedica a vida a lutar por sua causa, quanto pelo profissionalismo que lhe é inerente, por ser especialista na área.
Os próximos capítulos dirão até que ponto chega a necessidade de usar toda e qualquer artilharia para atacar um “desafeto político declarado”, sem pensar nas consequências, desconsiderando a ética e o bom senso.
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