Com Hyoran sendo muito criticado pela torcida e não entregando um bom nível no Atlético, Sampaoli deu oportunidade a Jair no último domingo (3), contra o América, formando uma trinca ao lado de Allan e Nathan. Apesar do bom desempenho dos três na partida, o técnico argentino tem poucas opções para o 3º homem do meio-campo. A partir disso, Marquinhos, que vem atuando como ponta, demonstra características e potencial para atuar como meia.

Levando em consideração os jogadores que o Galo tem no elenco, Sampaoli tem, além de Hyoran e Nathan (que vem jogando como 2º volante), Alan Franco, meio-campista recém chegado ao clube, e Cazares, fora dos planos. No entanto, nas duas partidas em que entrou, o equatoriano atuou na base da jogada, gerando mais liberdade para Nathan, responsável por ocupar o entrelinhas nestes momentos.

Neste sentido, o jovem Marquinhos, de 20 anos, surge como uma possível solução. Não seria uma novidade para o jogador, que era utilizado como meia na base até o meio do ano passado. Apesar disso, desde que foi oficializado no profissional em 2019, atuou apenas como ponta.

Até mesmo pela necessidade do clube no ano passado, era normal que isso acontecesse. O Atlético já contava com Cazares na função, não faria sentido o jovem desbancar o melhor jogador do time. Mas, neste ano, em um contexto diferente, em que Keno e Savarino se mostram opções confiantes para ocuparem os lados do ataque, Marquinhos perderia espaço no elenco, sendo que o meio campista mais avançado do time de Sampaoli ainda não tem um nome certo.

PROCESSO DE ADAPTAÇÃO

Na atual equipe, Marquinhos poderia desempenhar esta função, visto que ganhou destaque na base atuando dessa forma. É o que disse Leandro Zago, treinador do time de transição do Atlético, em entrevista ao programa Prosa de Galo, Uai, no Youtube do Fala Galo:

“Acho possível. O Marquinho jogou bastante assim no sub-20. Quando ele foi campeão da Copa do Brasil em 2017, ele jogava como um meia por dentro, como um médio. E no (início do) ano passado ele vinha jogando também como meia. É que como extremo, como atacante de lado, ele teve um rendimento muito bom com a gente e era muito difícil mudar ele de posição. Nas 19 rodadas da primeira fase, o Marquinhos fez 16 ou 17 jogos, desses, em um ou dois ele não foi muito bem. Em todos os outros ele foi bem. Então era muito difícil tirar ele dali. Mas ele já fez essa função, como um meia de condução, não de armação. Um meia de drible, não aquele que é pensador, organizador de jogo, não é a característica. Bateu no pé dele, vai acelerar o jogo”.

Obviamente, o jogador precisaria se readaptar a posição e se adequar aos pedidos do treinador argentino. Com um bom físico, Marquinhos conduz bem a bola e tem o drible e a velocidade como principais atributos. O jovem precisaria adequar, principalmente, seu posicionamento corporal, para receber a bola pressionado pela marcação, e o entendimento do jogo, visto que deve saber o momento de soltar a bola e qual o lugar do campo ocupar.

Entretanto, Marquinhos vem entrando muito bem como um ponta, então Sampaoli pode entender que não é o momento certo para mudar sua função. No momento sem bola, seria uma boa alternativa na pressão pós perda da posse de bola, mas na organização defensiva, o time pode ficar prejudicado, visto que Nathan também é um jogador com características mais ofensivas.

Diante disso, não falo para que Marquinhos seja o titular absoluto nesta posição, mas sim que seja testado, ou até mesmo ser uma opção no segundo tempo, para deixar a equipe mais ofensiva e “leve”. O jovem jogador pode ser um ativo importante do clube no futuro, e deixá-lo no banco talvez não seja a melhor alternativa. O Atlético deve buscar um meia para “chegar e jogar”, mas, enquanto isso não acontece, porque não utilizar Marquinhos como meia?

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