Desde a quarta-feira, 7, quando foi ao ar, até hoje, domingo, 11, repercute nos meios de comunicação e nas redes sociais a entrevista que o ex-governador José Reinaldo Tavares deu no programa Os Analistas, da TV Guará.

O ex-mandatário não se furtou a qualquer assunto e, utilizando-se de parábolas, analisou os acontecimentos de hoje comparando-os com fatos pretéritos. Sobre a possibilidade de a ex-governadora Roseana estar no mesmo palanque que seu sucessor, Flávio Dino, Reinaldo lembrou da sua própria trajetória e da de seu sucessor, Jackson Lago, recordando que cada um fez seu caminho político em grupos adversários entre si, mas terminaram caminhando juntos na eleição de 2006, quando o seu apoio foi fundamental no segundo turno daquele pleito.

Num questionamento que fiz ao experiente político, rememorei o fato de que, nas eleições de 2018, o então candidato a senador Weverton Rocha obteve mais votos para a Câmara Alta do que o governador Flávio Dino em sua reeleição. E perguntei: esse desempenho do hoje senador não pode fazer com que ele vá para a disputa ao governo do Estado mesmo sem o apoio de Flávio Dino?

Mais uma vez recorrendo aos escaninhos de sua memória, o experiente político comparou a situação atual com aquela vivida pelo senador Roberto Rocha, eleito em 2014 com quase 1,5 milhão de votos. Na disputa seguinte, em 2018, quando Roberto concorreu ao Governo do Estado, ele conseguiu apenas 64 mil votos. “Elegeria um deputado estadual bem votado”, ironizou Reinaldo.

A terceira parábola utilizada pelo ex-governador teve ele próprio como protagonista. Traçando um paralelo entre a situação do vice-governador Carlos Brandão, que dentro de um ano deve assumir o cargo de governador, devido à desincompatibilização de Flávio Dino para concorrer provavelmente ao Senado, Tavares lembrou da situação análoga que enfrentou quando sucedeu a ex-governadora Roseana, que se afastou do cargo também para disputar a vaga senatorial.

“Eu soube aproveitar a oportunidade e, na cadeira de governador, construí minha eleição”.

José Reinaldo, no entanto, não falou tudo que pensa. Mesmo dizendo duvidar da candidatura do senador Weverton sem que este tenha o apoio de Flávio Dino (“ele terá que enfrentar dois governadores”, sublinha), o veterano político por duas vezes durante a entrevista deixou escapar que “os candidatos ao governo do Estado sairão do grupo de Flávio”, revelando que considera, sim, a alternativa do atual senador empreender um voo solo.

Mas, talvez, a principal faceta da entrevista de José Reinaldo tenha sido a afirmação de sua convicção de que Carlos Brandão é, de fato, o nome que Flávio Dino cogita como continuador de sua obra administrativa.

Como se dizia antigamente: “quem viver, verá”.

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