Se você quer ser feliz, você vai ter que entender e aceitar algumas realidades da vida… Realidades que nem sempre são doces ou macias. Muitas delas são ásperas, extremamente cortantes. Outras são saborosas e suculentas como frutas tiradas do pé.

Se você quer ser feliz, vai ter que aprender a lidar com a ausência. Haverá dias de ausência de afeto e dias de falta de amor. Haverá saudade também. Muitas saudades, aliás. Viver é trilhar essa rota sem volta. Muitos ficam para trás.

Algumas pessoas vão escolher se afastar, aceite. Outras pessoas serão arrastadas para outros caminhos contra a vontade, aceite. Chegará o tempo em que o tempo de alguém querido aqui nesse mundo se esgotará… Então aceite! E você vai se deparar com uma saudade rude, bela e definitiva.

Se você quer ser feliz, vai ter que compreender que as dores virão. E não estou falando das dores emocionais, não. Falo das dores físicas mesmo. Um “joelho ralado”, um braço quebrado ou um diagnóstico assustador. Virão também as dores que acertarão em cheio o coração daqueles que você ama… E você não poderá fazer nada para mudar essa realidade a não ser abraçá-los e acolher as lágrimas que transbordarão.

O mundo vai virar a sua vida de cabeça para baixo mais cedo ou mais tarde.

As mudanças virão. Algumas maravilhosas. Outras desesperadoras. Você vai mudar de casa, de cidade, de emprego… Você vai ganhar novos amigos e vai perder aqueles velhos amigos.

As expectativas acontecerão, assim como as decepções também surgirão pelo caminho.

Se você quer ser feliz, vai ter que enxergar que nada na vida permanece, tudo muda, nada é para sempre, inclusive você. Afinal de contas, você não é a mesma pessoa de ontem… Assim como também não é a mesma de amanhã.

E isso assusta um pouco a gente, não assusta?! De repente você deixa de gostar de certos lugares, pessoas e hábitos. De uma hora para a outra algumas pessoas perdem o sentido para você… Da noite para o dia alguns sonhos que você tanto alimentava passam a ocupar um espaço incômodo na sua vida.

É melhor jogar fora, então!

Esse é o grande muro que separa a gente da felicidade: A resistência às mudanças. O apego. O “não saber” jogar fora. Abraçamos certas realidades e não queremos soltá-las nunca mais, como se elas se tornassem parte essencial da nossa vida.

Se você quer ser feliz, vai ter que abrir mão dessa falsa impressão que tem da vida e de si mesmo. Talvez você não seja essa pessoa que acredita ser. Talvez você não seja tão inseguro, tão descartável, tão triste, tão fraco… Ou então você pode não ser essa pessoa tão segura, tão única, tão de bem com a vida, tão forte…

Já pensou na possibilidade da sua identidade ser uma grande ilusão? As pessoas dizem tantas coisas a nosso respeito. Os padrões que nos impuseram foram tão fortes e cruéis que criamos falsas identidades.

Se você quer ser feliz, vai ter que se entregar a esse fluxo absolutamente mutável da vida.

As estações mudam.

O mundo muda. O corpo cresce e envelhece. As pessoas chegam e partem. Você também muda.

Aceite. E transforme cada mudança em um novo motivo para continuar, aprender e despertar a curiosidade para o amanhã. Afinal de contas, o que virá depois do agora?!

Navegue tranquilamente pelas ondas da impermanência. Tudo tem começo e tem fim, então viva intensamente cada momento, mas não deixe que ele se torne você, não se agarre, não o transforme em bote salva-vidas… Porque ele não vai te salvar.

Talvez a felicidade não seja um estado permanente de alegria e riso, mas sim um constante fluir.

Perdoar a si mesmo! Afinal de contas a gente comete tantos equívocos ao longo da jornada, não é?! Se você quer mesmo ser feliz, talvez tenha que aceitar que você vai falhar e que nem sempre as coisas acontecerão exatamente do jeito que você planejou.

Você não vai passar ileso. As pessoas vão te machucar, mesmo sem querer. E você também vai acabar magoando alguém… (Espero que tu não faça isso de propósito).

Portanto, se você deseja ser feliz…

Vai ter que aprender a pedir desculpas, a dizer: “Foi mal, eu errei, mas não queria te ferir.” Vai ter que aceitar o fato de que a outra pessoa pode escolher não te perdoar. É um direito dela decidir que você não merece mais ocupar o espaço bom da vida dela.

Veja… somos todos tão semelhantes e tão diferentes. Erramos e acertamos. Ferimos e curamos. Talvez seja hora de acender a velinha da compaixão dentro do peito. Iluminar a mente com a luz da compreensão, do fluir, do aceitar, do transformar.

Se você quer ser feliz, permita-se ser impermanente como a vida…

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