Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Câmara desabafou e relembrou o choro no Plenário da Casa

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Considerado um dos principais responsáveis pela aprovação, em primeiro turno, da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não almeja disputar a Presidência da República ou o governo do Rio de Janeiro por enquanto. Durante entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo , ele afirmou que sem reformas aprovadas não há porquê concorrer a esses cargos. “Não quero ser administrador de crise”, disse.

“Por que eu tenho que ter lealdade a esse governo, do ponto de vista político?”, completou, ao se referir aos problemas que tem enfrentado com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ao falar sobre o afastamento entre ele e Paulo Guedes, após o ministro da Economia criticar os parlamentares, Maia disse que ainda o admira. “Troco WhatsApp. Eu não bloqueei ele ainda”, afirmou.

Segundo a publicação, Maia deixou claro também que o governo terá dificuldades para emplacar a sua pauta de projetos. “Vamos tocar as pautas de Estado. As pautas de governo, se esse diálogo não melhorar, vai haver muita dificuldade de tocar”, disse. Ele avisou que será difícil ter voto para aprovar as privatizações. Essa é uma das principais agendas do plano do ministro Paulo Guedes para a fase pós-previdência.

Questionado sobre o choro após a votação da proposta no plenário da Câmara, o democrata afirmou que o apoio dos parlamentares o emocionou. “Boa parte do plenário apoiando é uma demonstração de confiança de apoio. Eu sou um cara que me emociono. Ter o seu trabalho reconhecido pelo seus pares não é algo que acontece todos os dias. Somado a todos os acontecimentos dos últimos meses e a dificuldade para ter chegado até a votação”, completou.

Eu acho que o apoio nesse momento foi maior do que nas minhas três eleições. Eu vi muitos deputados vindo para mim dizendo “eu acho que hoje acertei no voto” para presidente da Câmara. Esse apoio foi mais forte do que o da reeleição, em que tive 334 votos. Nessa semana, foi um apoio espontâneo de parte importante da Câmara à minha condução como presidente e aquilo que estou representando nos últimos mesesRODRIGO MAIA, PRESIDENTE DA CÂMARA

Sobre a ideia do presidente da República querer nomear um ministro evangélico ao Supremo Tribunal Federal, Maia foi categórico: “O Estado é laico. Acho que isso (a religião) não pode ser uma prioridade na escolha (do ministro do STF). Mas, se ele quer, tendo um jurista de qualidade que seja evangélico… O presidente tem esse estilo de sinalizar para suas bases eleitorais”.

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