Presos pela Polícia Federal são investigados por denúncia do ministro Sérgio Moro feita no dia 4 de junho enquanto que as conversas reveladas pelo site remetem ao ano de 2015

DOIS DOS SUPOSTOS HACKERS PRESOS: VÍNCULOS FORJADOS E DIFICULDADE À DEFESA, num roteiro que exigiu a licença do próprio Moro

É uma farsa – aparentemente montada para tentar livrar a cara do ministro Sérgio Moro e a Lava Jato – a ligação dos supostos hackers presos nesta terça-feira, 23, com a divulgação de conversas do ex-juiz e de membros da Lava Jato.

Esta operação da Polícia Federal é fruto de uma reclamação formal de Moro, feita no dia 4 de junho, quando o ex-juiz afirmou que seu telefone havia sido hackeado. O próprio ministro afirmou, no entanto, que nada havia sido capturado do aparelho.

Após a acusação de Moro, a Polícia Federal montou a operação Spoofing. E após a prisão dos supostos envolvidos, outros membros do governo, como o ministro Paulo Guedes e a deputada federal Joyce Hasselman, resolveram dizer-se também hackeados.

Tudo dentro de um roteiro pré-estabelecido, que conta, inclusive, com providencial licença de Moro do posto de ministro da Justiça e comandante da Polícia Federal.

Ocorre que as conversas entre Moro e Deltan Dallagnol; e entre este e outros membros da Lava Jato – que alguns dos próprios envolvidos já confirmaram a autenticidade – se deu bem antes disso, e remonta ao ano de 2015, quando Moro ainda era juiz da Lava Jato.

São Centenas, talvez milhares, de conversas, documentos, planilhas e outras provas de que Moro e Deltan – julgador e acusador – armaram para montar a condenação do ex-presidente Lula.

Setores da imprensa vinculados ao governo Bolsonaro apressaram-se, ontem, a vincular as prisões da Spoofing ao caso The Intercept.

Outros setores, mais independentes, preferiram aguardar novos desdobramentos.

Até porque sentiram cheiro de uma farsa sendo montada…

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