Uma operação que visa apurar liberação de empenhos relacionados aos pagamentos de convênios executados com recursos de emendas parlamentares está prestes a ser desencadeada. Isso ficou mais do que claro no depoimento que o empresário Josimiel da Silva, proprietário da J. J. da Silva e Santos Ltda., prestou à Polícia Federal no bojo da Operação “Falsa Esperança”, deflagrada essa semana contra supostas irregularidades na compra de material para combate à Covid-19 nos municípios de Bacabeira, Miranda do Norte e Santa Rita.
De acordo com o inquérito policial, Josimiel afirmou que tomou golpe de um fornecedor e que, por isso não entregou os respiradores contratados por dispensa de licitação. No entanto, segundo as investigações, o empresário delatou como buscou uma saída para cobrir o calote em um dos municípios que firmou contrato.
O empresário relatou que a contratação se deu nos três municípios – houve ainda uma quarta contratação, em Vitorino Freire, que não foi alvo da apuração policial, aparentemente porque o recurso já foi ressarcido –, e disse que todos os trâmites, desde a dispensa de licitação, até a assinatura de contratos, foram encabeçados por Joanderson Coelho, cunhado da sua esposa e espécie de representante comercial da J. J. da Silva.

Ele afirmou ainda que, no caso dos respiradores, recebeu R$ 325 mil por cinco unidades – duas para Miranda, uma para Bacabeira, uma para Vitorino Freire, e uma para Santa Rita – e que, por indicação de Joanderson Coelho, compraria os aparelhos por R$ 250 mil, de uma certa Super Mundo das Maquiagens.
Josimiel da Silva informou que transferiu o valor à empresa, mas que nunca recebeu os aparelhos. Ele acrescentou que, por conta disso, protocolou uma petição na PF e na Delegacia de Defraudações “com explicações sobre o que aconteceu”.
Disse, ainda, que chegou a recorrer a um agiota para conseguir R$ 130 mil e devolver ao Fundo Municipal de Saúde os valores referentes aos dois respiradores de Miranda, e que devolveu também R$ 65 mil à Prefeitura de Vitorino Freire.
Pelo depoimento, no caso de Miranda, os R$ 130 mil foram depositados diretamente em sua conta por um agiota indicado por um certo Ivan, “que trabalha para o deputado federal Júnior Lourenço”. O valor foi, então, repassado ao Município.
Josimiel negou que tenha sido procurado por funcionários públicos de qualquer das prefeituras investigadas para pagamento de propina em virtude do contrato.
FONTE;https://maranhaodeverdade.com.br/empresario-cobre-calote-em-miranda-com-emprestimo-que-pediu-a-agiota-indicado-por-assessor-de-junior-lourenco/