Eu não sabia que doía tanto um porta-retrato, um jardim, um travesseiro… Não sabia que doía tanto ser turista na saudade de quem a gente ama. Não sabia que quando as pessoas se vão, deixam mais de si do que conseguimos suportar. Não sabia que o amor, mesmo com um ponto final definido, deixava tantas reticências.

Às vezes antes de deitar, entre as conversas que tenho comigo mesmo, brinco de te lembrar, de ensaiar maneiras novas de te fazer carinho, de beijar tua barriga, morder tua orelha, colocar a mão no teu pescoço, rir da tua cara, brincar com teu nariz… Às escuras, e com o celular pousado no peito, resisto todo dia à tentação de te mandar alguma mensagem sob o pretexto de saber se por caso ainda está acordada. Tudo o que eu sinto é saudade.

Entre um abajur de canto e uma boa música, me deixa lembrar como a gente era carinho. E, mesmo sem motivos para voltar, agradecer baixinho pelos momentos que ainda se fazem eternos. Só, por favor, não me faz silêncio, pois ainda és meu barulho. Mas também, não me sussurra, pois ainda és minha canção. Mas, me deixe lembrar dos beijos, pois já sou todo saudade.

Hoje, a tua saudade tá doendo em mim, e com ela sendo companhia, me lembro, ainda sem saber o que sentir, como dentro de um abraço é sempre quente. Então, apesar da falta que você me faz, que eu não deixe de amar a saudade que tenho, mas que eu saiba deixar que a dor se vá, voante pelo jardim, pelo travesseiro, pelo porta-retrato…

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