O presidente Jair Bolsonaro (PL) batalhou com as armas e estratégias disponíveis, mas não foi reeleito. Fez 58.205.718 votos (49,1%), ante 60.345.107 votos  (50,9%) do seu arquirrival, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Buscou, mas não conseguiu, um feito inédito desde a redemocratização do país, nos anos 1980: virar a eleição após chegar em segundo lugar no primeiro turno. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu na primeira etapa, em 1998, enquanto os petistas Lula e Dilma Rousseff chegaram à fase complementar de votação, em disputas posteriores, como primeiros colocados. Ambos conseguiram confirmar o favoritismo.

O revés de Bolsonaro tem gosto de derrota para um gigantesco segmento de brasileiros: conservadores que prezam valores familiares tradicionais. Nesse público, temas como drogas, aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo pesam muito na hora definir o voto. Gente que se sente profundamente insegura com a criminalidade e acredita que o direito de se armar e uma polícia vigorosa pode lhes propiciar segurança. É a perda de poder de um eleitorado importante, num país dividido não apenas em termos ideológico-programáticos, mas geográficos e religiosos.

Essa fatia dos brasileiros deu base a Bolsonaro, que acrescentou outras polêmicas no radar do seu eleitorado.  O presidente, sem apresentar provas, colocou em xeque o sistema eletrônico de votação por meses. A tese foi reforçada por discrepâncias entre as estimativas das intenções de voto feitas por empresas de pesquisa e os resultados do primeiro turno. E o suposto boicote de rádios a inserções da propaganda bolsonarista no segundo turno, acusação feita por Bolsonaro nos últimos dias. A irregularidade foi rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As suspeitas levantadas ajudaram a manter os simpatizantes mobilizados.

— Com certeza, esses erros nas pesquisas e suposto boicote de inserções de propagandas eleitorais deram mais vigor às conspirações de fraude. Isso não aumentou o voto em Bolsonaro, mas estimulou ainda mais a contestação do resultado — assinala o cientista político Paulo Sérgio Peres, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O que ninguém esperava era que a oposição aprendesse a usar as mesmas armas de bolsonaristas nas redes sociais. Duas semanas antes da votação,  surgiu em perfis lulistas o primeiro golpe: um vídeo no qual o presidente dizia a frase “pintou um clima”, ao tratar de jovens venezuelanas de 14 anos, que avistara na periferia de Brasília.

Bolsonaro supunha que elas estavam se prostituindo. Em pouco tempo, o deputado federal André Janones (Avante-MG) e a presidente do PT, Gleisi Hoffman, espalhavam a história — eram meninas que participavam de uma ação social patrocinada por uma entidade.

A campanha acusou o golpe. Bolsonaro fez uma live na madrugada do dia 16, um domingo, para desmentir o assédio às garotas. Depois, veio o momento de maior desgaste, segundo integrantes da campanha: o vazamento da intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de desatrelar o salário mínimo da inflação. O caso foi classificado como “desastroso”. 

Nem mesmo a divulgação de 22 promessas na véspera da votação foi suficiente para reverter o cenário apresentado pelas pesquisas. Nas redes sociais, no sábado, Bolsonaro reciclou boa parte das propostas de campanha, como a redução da maioridade penal e o excludente de ilicitude para policiais, além da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos e o adicional de R$ 200 para beneficiários do Auxílio Brasil que conseguirem emprego.

Para tentar seduzir eleitores indecisos e angariar votos dos moderados, o candidato do PL se comprometeu, mais uma vez, a não aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o ofensiva final fracassou. A seguir, veja algumas explicações para a derrota histórica de Bolsonaro.

AS RAZÕES DO INSUCESSO DO PRESIDENTE NAS URNAS

A reportagem de GZH ouviu especialistas. Entre eles, os cientistas políticos Eduardo Viveiros de Freitas (pesquisador do grupo de pesquisas Mediação Telemática do Departamento de Comunicação da PUC-SP), Paulo Sérgio Peres (da UFRGS), Maria do Socorro Souza Braga (do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, de São Paulo) e o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Eles alinham uma série de hipóteses para o insucesso bolsonarista. Confira as principais explicações.

Efeito Roberto Jefferson

Na última semana de campanha, o ex-deputado carioca, apoiador declarado de Bolsonaro, se insurgiu em armas quando soube que seria preso pela Polícia Federal. Isso a uma semana do pleito. Disparou mais de 50 tiros e jogou três granadas contra servidores da PF, que ficaram feridos. Tudo isso com transmissão ao vivo pelas redes sociais. 

O resultado, previsível, foi um efeito colateral negativo na campanha bolsonarista, atingida pelo efeito dos disparos. Sobretudo porque as vítimas foram policiais, uma das bases que ajudaram a eleger Bolsonaro em 2018. Afinal, Jefferson é um aliado de primeira hora do presidente e suas ações acabam sendo confundidas com as de um apoiador, mesmo que Bolsonaro tenha criticado o aliado e dito que a reação armada foi “coisa de bandido”.

Consequências eleitorais da covid-19

Bolsonaro vivenciou, na hora da eleição, represália de parte da população brasileira que acha que o presidente deixou muito a desejar na gestão da crise sanitária gerada pela pandemia de covid-19, que casou mais de 600 mil mortes no Brasil. A negação da gravidade da doença e a promoção de tratamentos sem comprovação científica também ajudam a explicar por que Bolsonaro não manteve o mesmo patamar de eleitores que o alcançado no segundo turno de 2018. 

Vídeos com o presidente debochando de quem tinha medo do vírus ou imitando pessoas com falta de ar foram disseminados nas redes sociais, o que ajudou a aumentar a rejeição ao candidato.

Perda de poder aquisitivo, sobretudo na pandemia

Para o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da UFPR, Lula subiu por causa da crise social e econômica, da carestia, do aumento da fome e da diminuição do poder aquisitivo no governo Bolsonaro. Mesmo que o presidente alegue que esses problemas foram ampliados pela pandemia (que atropelou todos os governos, não só o dele) e que tenham diminuído no segundo semestre deste ano, os argumentos do bolsonarismo não foram suficientes para convencer o eleitorado na votação.

As benesses setoriais no período pré-eleitoral e outras melhorias, como rebaixamento do preço dos combustíveis, acabaram não sendo suficientes para garantir a reeleição a Bolsonaro, resume o cientista político Eduardo Viveiros de Freitas. Para ele, o presidente perdeu “pelo conjunto da obra”:

— Inclusive sua arriscada aposta no que chamo de uma leitura enviesada de Maquiavel, que recomendava ao Príncipe (ao governante de turno) fazer o bem aos poucos e o mal de uma única vez, assim sabendo quem seria seu inimigo e contando com a ingratidão e o esquecimento dos homens. Bolsonaro adotou más práticas aos poucos e cotidianamente, e, no apagar das luzes de seu governo, tentou jogar um pacote de bondades que até assustou e desconfiou os destinatários. Essa jogada não deu certo e o resultado está aí para todos verem e os cientistas políticos analisarem.

Alta rejeição do eleitorado

A rejeição a Bolsonaro sempre rondou os 50% do eleitorado. Sobretudo entre as mulheres e os eleitores mais ao centro do espectro político. Muito por seu estilo “bateu, levou”, por seus rompantes de sinceridade e humor pesado. A defesa intransigente do direito do cidadão a possuir armas e suas discussões com jornalistas e candidatas mulheres também pegaram mal entre o público feminino. Lula teria quase o dobro das intenções de voto nesse segmento da população. 

No debate da Rede Bandeirantes, em 28 de agosto, por exemplo, irritado com uma pergunta da jornalista Vera Magalhães, Bolsonaro disse que ela era “uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. O episódio repercutiu negativamente nas redes sociais.

Governo para simpatizantes

Bolsonaro poderia fazer como muitos presidentes, que, ao assumir, dizem que vão governar para todo o país, não só para quem votou nele. Mas deixou claro desde o discurso de posse, em janeiro de 2019, que sua prioridade total era para os que partilham de seu pensamento.

— Me coloco diante de toda a nação, neste dia, como um dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, se libertar da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto — falou, no Palácio do Planalto.

  • Leia a íntegra do discurso de Bolsonaro ao público no Palácio do PlanaltoSem conexão

Deixou explícito que o discurso de campanha era mais do que palavras ao vento: era ideologia em estado puro. E assim foram os quatro anos. Para entusiasmo de quem partilha dos ideais bolsonaristas e repúdio de quem é contra. Acontece que, na hora da eleição, seria preciso aglutinar eleitores moderados, que não concordam em tudo com o governante. Algo que Bolsonaro parece não ter alcançado.

Perda de impulso do lava-jatismo

Grande parte dos votos de Jair Bolsonaro em 2018 veio a reboque da bandeira anticorrupção desfraldada pelaOperação Lava

O presidente Jair Bolsonaro (PL) batalhou com as armas e estratégias disponíveis, mas não foi reeleito. Fez 58.205.718 votos (49,1%), ante 60.345.107 votos  (50,9%) do seu arquirrival, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Buscou, mas não conseguiu, um feito inédito desde a redemocratização do país, nos anos 1980: virar a eleição após chegar em segundo lugar no primeiro turno. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu na primeira etapa, em 1998, enquanto os petistas Lula e Dilma Rousseff chegaram à fase complementar de votação, em disputas posteriores, como primeiros colocados. Ambos conseguiram confirmar o favoritismo.

As suspeitas levantadas ajudaram a manter os simpatizantes mobilizados.

— Com certeza, esses erros nas pesquisas e suposto boicote de inserções de propagandas eleitorais deram mais vigor às conspirações de fraude. Isso não aumentou o voto em Bolsonaro, mas estimulou ainda mais a contestação do resultado — assinala o cientista político Paulo Sérgio Peres, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O que ninguém esperava era que a oposição aprendesse a usar as mesmas armas de bolsonaristas nas redes sociais. Duas semanas antes da votação,  surgiu em perfis lulistas o primeiro golpe: um vídeo no qual o presidente dizia a frase “pintou um clima”, ao tratar de jovens venezuelanas de 14 anos, que avistara na periferia de Brasília.

Bolsonaro supunha que elas estavam se prostituindo. Em pouco tempo, o deputado federal André Janones (Avante-MG) e a presidente do PT, Gleisi Hoffman, espalhavam a história — eram meninas que participavam de uma ação social patrocinada por uma entidade.

A campanha acusou o golpe. Bolsonaro fez uma live na madrugada do dia 16, um domingo, para desmentir o assédio às garotas. Depois, veio o momento de maior desgaste, segundo integrantes da campanha: o vazamento da intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de desatrelar o salário mínimo da inflação. O caso foi classificado como “desastroso”. 

Nem mesmo a divulgação de 22 promessas na véspera da votação foi suficiente para reverter o cenário apresentado pelas pesquisas. Nas redes sociais, no sábado, Bolsonaro reciclou boa parte das propostas de campanha, como a redução da maioridade penal e o excludente de ilicitude para policiais, além da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos e o adicional de R$ 200 para beneficiários do Auxílio Brasil que conseguirem emprego.

Para tentar seduzir eleitores indecisos e angariar votos dos moderados, o candidato do PL se comprometeu, mais uma vez, a não aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o ofensiva final fracassou. A seguir, veja algumas explicações para a derrota histórica de Bolsonaro.

AS RAZÕES DO INSUCESSO DO PRESIDENTE NAS URNAS

A reportagem de GZH ouviu especialistas. Entre eles, os cientistas políticos Eduardo Viveiros de Freitas (pesquisador do grupo de pesquisas Mediação Telemática do Departamento de Comunicação da PUC-SP), Paulo Sérgio Peres (da UFRGS), Maria do Socorro Souza Braga (do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, de São Paulo) e o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Eles alinham uma série de hipóteses para o insucesso bolsonarista. Confira as principais explicações.

Efeito Roberto Jefferson

Na última semana de campanha, o ex-deputado carioca, apoiador declarado de Bolsonaro, se insurgiu em armas quando soube que seria preso pela Polícia Federal. Isso a uma semana do pleito. Disparou mais de 50 tiros e jogou três granadas contra servidores da PF, que ficaram feridos. Tudo isso com transmissão ao vivo pelas redes sociais. 

O resultado, previsível, foi um efeito colateral negativo na campanha bolsonarista, atingida pelo efeito dos disparos. Sobretudo porque as vítimas foram policiais, uma das bases que ajudaram a eleger Bolsonaro em 2018. Afinal, Jefferson é um aliado de primeira hora do presidente e suas ações acabam sendo confundidas com as de um apoiador, mesmo que Bolsonaro tenha criticado o aliado e dito que a reação armada foi “coisa de bandido”.

Consequências eleitorais da covid-19

Bolsonaro vivenciou, na hora da eleição, represália de parte da população brasileira que acha que o presidente deixou muito a desejar na gestão da crise sanitária gerada pela pandemia de covid-19, que casou mais de 600 mil mortes no Brasil. A negação da gravidade da doença e a promoção de tratamentos sem comprovação científica também ajudam a explicar por que Bolsonaro não manteve o mesmo patamar de eleitores que o alcançado no segundo turno de 2018. 

Em março de 2020, quando o vírus ainda se alastrava, se referiu à covid-19 como uma “gripezinha” e, no mês seguinte, declarou:

— Não sou coveiro — disse, ao ser questionado sobre as 2,5 mil mortes causadas pela pandemia até aquele momento.

Vídeos com o presidente debochando de quem tinha medo do vírus ou imitando pessoas com falta de ar foram disseminados nas redes sociais, o que ajudou a aumentar a rejeição ao candidato.

Perda de poder aquisitivo, sobretudo na pandemia

Para o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da UFPR, Lula subiu por causa da crise social e econômica, da carestia, do aumento da fome e da diminuição do poder aquisitivo no governo Bolsonaro. Mesmo que o presidente alegue que esses problemas foram ampliados pela pandemia (que atropelou todos os governos, não só o dele) e que tenham diminuído no segundo semestre deste ano, os argumentos do bolsonarismo não foram suficientes para convencer o eleitorado na votação.

As benesses setoriais no período pré-eleitoral e outras melhorias, como rebaixamento do preço dos combustíveis, acabaram não sendo suficientes para garantir a reeleição a Bolsonaro, resume o cientista político Eduardo Viveiros de Freitas. Para ele, o presidente perdeu “pelo conjunto da obra”:

— Inclusive sua arriscada aposta no que chamo de uma leitura enviesada de Maquiavel, que recomendava ao Príncipe (ao governante de turno) fazer o bem aos poucos e o mal de uma única vez, assim sabendo quem seria seu inimigo e contando com a ingratidão e o esquecimento dos homens. Bolsonaro adotou más práticas aos poucos e cotidianamente, e, no apagar das luzes de seu governo, tentou jogar um pacote de bondades que até assustou e desconfiou os destinatários. Essa jogada não deu certo e o resultado está aí para todos verem e os cientistas políticos analisarem.

Alta rejeição do eleitorado

A rejeição a Bolsonaro sempre rondou os 50% do eleitorado. Sobretudo entre as mulheres e os eleitores mais ao centro do espectro político. Muito por seu estilo “bateu, levou”, por seus rompantes de sinceridade e humor pesado. A defesa intransigente do direito do cidadão a possuir armas e suas discussões com jornalistas e candidatas mulheres também pegaram mal entre o público feminino. Lula teria quase o dobro das intenções de voto nesse segmento da população. 

No debate da Rede Bandeirantes, em 28 de agosto, por exemplo, irritado com uma pergunta da jornalista Vera Magalhães, Bolsonaro disse que ela era “uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. O episódio repercutiu negativamente nas redes sociais.

Governo para simpatizantes

Bolsonaro poderia fazer como muitos presidentes, que, ao assumir, dizem que vão governar para todo o país, não só para quem votou nele. Mas deixou claro desde o discurso de posse, em janeiro de 2019, que sua prioridade total era para os que partilham de seu pensamento.

— Me coloco diante de toda a nação, neste dia, como um dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, se libertar da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto — falou, no Palácio do Planalto.

Deixou explícito que o discurso de campanha era mais do que palavras ao vento: era ideologia em estado puro. E assim foram os quatro anos. Para entusiasmo de quem partilha dos ideais bolsonaristas e repúdio de quem é contra. Acontece que, na hora da eleição, seria preciso aglutinar eleitores moderados, que não concordam em tudo com o governante. Algo que Bolsonaro parece não ter alcançado.

Perda de impulso do lava-jatismo

Grande parte dos votos de Jair Bolsonaro em 2018 veio a reboque da bandeira anticorrupção desfraldada pelaOperação Lava-Jato, que analisou desvios de recursos na Petrobras e outras estatais. A ação deflagrada por policiais federais e procuradores da República recuperou R$ 8 bilhões em acordos de ressarcimento e multas a envolvidos nos desfalques, grande parte deles ligados aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva. Só que a força-tarefa lava-jatista, que teve como expoentes Curitiba e Rio de Janeiro, deixou de existir. Foi incorporada a grupos de ação contra o crime organizado, e suas operações perderam impulso. 

O resultado é que muitos parlamentares que tinham como principal slogan puxador de votos a Lava-Jato não se reelegeram. E essa perda de simbologia também se refletiu para Bolsonaro.

Suspeitas de irregularidades 

O ano eleitoral foi também marcado por suspeitas de irregularidades governamentais, sobretudo no campo da Educação. Inclusive com prisão do ex-ministro, que deixara o cargo em decorrência de investigações de corrupção. 

No núcleo pessoal, Bolsonaro também colheu dissabores após a publicação de reportagem sobre compras de imóveis em dinheiro vivo feitas por seus familiares. Textos do portal UOL mostraram que quase metade do patrimônio imobiliário de Bolsonaro e parentes próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie. Do início dos anos 1990 até agora, o presidente, duas ex-mulheres, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 teriam sido adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo. Apesar de não ser ilegal, é incomum e desperta suspeitas de lavagem de dinheiro.

A moralidade pública também foi questionada por muitos eleitores após a entrega de cargos-chave da administração federal a políticos do chamado Centrão, em favor da governabilidade — prática anteriormente criticada. Claro que isso também ocorreu em todos os governos anteriores, mas a promessa do atual governante era não repetir esse esquema.

-Jato, que analisou desvios de recursos na Petrobras e outras estatais. A ação deflagrada por policiais federais e procuradores da República recuperou R$ 8 bilhões em acordos de ressarcimento e multas a envolvidos nos desfalques, grande parte deles ligados aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva. Só que a força-tarefa lava-jatista, que teve como expoentes Curitiba e Rio de Janeiro, deixou de existir. Foi incorporada a grupos de ação contra o crime organizado, e suas operações perderam impulso. 

O resultado é que muitos parlamentares que tinham como principal slogan puxador de votos a Lava-Jato não se reelegeram. E essa perda de simbologia também se refletiu para Bolsonaro.

Suspeitas de irregularidades 

O ano eleitoral foi também marcado por suspeitas de irregularidades governamentais, sobretudo no campo da Educação. Inclusive com prisão do ex-ministro, que deixara o cargo em decorrência de investigações de corrupção. 

No núcleo pessoal, Bolsonaro também colheu dissabores após a publicação de reportagem sobre compras de imóveis em dinheiro vivo feitas por seus familiares. Textos do portal UOL mostraram que quase metade do patrimônio imobiliário de Bolsonaro e parentes próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie. Do início dos anos 1990 até agora, o presidente, duas ex-mulheres, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 teriam sido adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo. Apesar de não ser ilegal, é incomum e desperta suspeitas de lavagem de dinheiro.

A moralidade pública também foi questionada por muitos eleitores após a entrega de cargos-chave da administração federal a políticos do chamado Centrão, em favor da governabilidade — prática anteriormente criticada. Claro que isso também ocorreu em todos os governos anteriores, mas a promessa do atual governante era não repetir esse esquema.

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