Bom dia, gostaria de compartilhar um momento mágico que vivi em 1995 na companhia do meu pai, o Dr. João Damasceno, e minha querida mãe, Dona Erodina, em uma partida no Cantinho do Céu, em um campo de futebol. Só de lembrar, começo a chorar, pois foi um dos últimos momentos que vi minha mãe com saúde.
Vamos aos fatos: a partida estava 1 a 1 contra um time chamado Tailândia, time da Rua Boa Esperança. Fé em Deus, essa partida foi disputada pela Copa Fé em Deus. Estava muito difícil, o time do Rio Anil tinha um atacante muito bom, ex-profissional chamado Careca. Faltando uns 10 minutos para o fim da partida, ele se machucou. Lembro como se fosse agora, o irmão do meu pai, Alemão, e o querido Coelho, camisa 10 do time, dividindo o protagonismo com Cadico, gritaram: ‘Te veste, Bazar!’. Aí, papai começou a se vestir e pediu para entrar. Nesse exato momento, Thomás, mais conhecido como Nenem, chuta e o goleiro coloca para escanteio. O nosso treinador, o saudoso Chareu de Sousa, deu o grito: ‘Entra, Bazar!’. Aí, me lembro ainda com muita clareza, meu pai foi até minha mãe para dar um beijo nela e disse: ‘Vou fazer esse gol, Dina, eu tenho certeza’. Ela brincou: ‘Você cabeceia forte que nem aquele jogador do Grêmio’. Eu falei: ‘Mãe, e o Jardel?’. Não deu outra, a galera começou a gritar ‘Jardel, Jardel’. Irmão Cadico deu uma fatiada, a bola foi para o segundo pau, papai subiu com uma elegância única, descolou o goleiro e fez 2 a 1 para o Rio Anil. Vencemos a partida, meu pai foi beijar minha mãe, festa doida e muita alegria.
Hoje, com 38 anos, não tenho nenhum de vocês aqui, pai e mãe. Dói muito não poder conversar ou até mesmo levar uma bronca de alinhamento, como papai falava: ‘Vou te dar essa surra porque você vacilou’. Mamãe dizia: ‘Não faz força comigo, kkkkk’. Não está sendo fácil esses últimos dias, pois falta o que sempre tive e nunca valorizei: a companhia de vocês. Por isso, me esforço incansavelmente para honrar vocês, pai e mãe. A vida passa rápido. Vamos nos reencontrar. Eu sei. Eu sinto.
