O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi assassinado a tiros em um ataque que aconteceu em sua casa, de acordo com um comunicado emitido pelo primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph, nesta quarta-feira (7), classificando a ação como um “ato de ódio, desumano e bárbaro”. Um vídeo divulgado por uma ativista que se auto-intitula como “defensora do Haiti” e “ministra da verdade” mostra o exato momento em que os criminosos entram na residência e disparam vários tiros contra Moïse.
Na legenda do tweet, Madame Boukman afirma que os mercenários se comunicavam em espanhol durante o ataque, questionando quem os teria contratado e onde estava a segurança do presidente. Ela ainda sugere que os seguranças podem ter sido retirados do local propositalmente para que o ataque fosse bem sucedido, e aposta na “máfia da burguesia ou imperialistas estrangeiros” como mandantes do crime.
O ataque também atingiu a primeira-dama Martine Moïse, que sobreviveu após ser baleada. “A situação de segurança do país está sob o controle da Polícia Nacional do Haiti e das Forças Armadas do Haiti”, disse Joseph em comunicado de seu gabinete. “A democracia e a república vencerão”, completou.
O Haiti já se encontrava em uma situação política precária antes do assassinato, tornando-se cada vez mais instável e descontente com a atuação Moïse, que governou através de decreto por mais de dois anos depois que o país não realizou eleições. A oposição exigi sua renúncia há vários meses.
Na madrugada desta quarta-feira, as ruas estavam praticamente vazias em Porto Príncipe, capital do país caribenho, mas algumas pessoas saquearam negócios em uma área e, após o ataque, tiros foram ouvidos em toda a capital.
Joseph confirmou que alguns dos criminosos que assassinaram Jovenel Moïse falavam espanhol, mas não forneceu maiores detalhes sobre o caso.