Será que não está na hora de você ir embora? Dizer adeus, apagar a luz, juntar os seus pertences, todos eles, e se desprender de frustrações e situações que não pertencem a você? Por que você carrega, insistentemente, um fardo que os seus ombros – há anos tão leves e soltos – não conseguem mais sustentar?

Eu sei que ainda há amor, mas e daí?! Ninguém vive de amor se não há respeito. Ninguém vive de amor se a felicidade, o sorriso inconsciente, não ressurge faz anos. Aguardar a tempestade passar durante anos e anos para, um dia, quem sabe, ansiar a possibilidade de sorrir novamente é uma maneira muito triste de aguardar ser feliz outra vez.

Eu sei que existem contratempos, mas eles não podem perdurar após o prazo de validade das delicadezas. Provavelmente a tempestade já tenha até findado e você, fechando os olhos para os sinais, não tenha percebido. Acontece que dizer adeus não é necessariamente afugentar a pessoa do nosso coração, mas colocá-la em outro grau de relevância. Eu sei que foi lindo, que houve verdade, e ainda há, e que as emoções do passado ainda são belíssimas, mas elas não podem sustentar por tempo indeterminado um presente tão frio, previsível e viciado em constantes reclamações.

Se sentir que deve, vá embora, não se deixe morrer por dentro para anunciar uma despedida, não se torture por ser o gatilho de um recomeço, apague a luz na convicção de que relações que dão mais trabalho e desesperanças que a solidão não são mais para você.

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